Chucrute é quase sinônimo de alemão… Irônico, porque chucrute em alemão é Sauerkraut! O nome, na verdade, pouco importa: o fato é que o chucrute, que nada mais é do que uma conserva de repolho, é conhecido em todo o mundo e muito consumido, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.
As origens do chucrute são bem antigas. Há relatos da prática de conservar o repolho em sal já na China de 2000 a.C e tratados romanos que falam do assunto. O chucrute chegou a Europa provavelmente trazida pelos Tártaros, povo que originalmente habitava o deserto de Gobi e migrou para o oeste, chegando à Rússia e Europa Central. A popularidade do chucrute deve-se também ao fato dele ser uma fonte de nutrientes disponível durante o inverno europeu e uma forma prática de alimentação durante viagens marítimas, combatendo, inclusive, males como o escorbuto.
O chucrute caseiro é um alimento saudável e muito benéfico ao organismo:
- probiótico natural, com lactobacilos vivos (quando não pasteurizado e não cozido)
- rico em enzimas e fibras
- rico em vitaminas B6, C e K
- rico em ferro
- fonte dos antioxidantes luteína e zeaxantina, associados à boa saúde dos sistema ocular
- remédio popular para tratar úlceras no estômago
- a água do chucrute é um remédio popular contra aftas, usado para fazer bochechos, e o próprio chucrute costuma ser colocado sobre a afta para ajudar no tratamento.
Uma advertência: devido ao processo de preparação, o chucrute contém alto teor de sódio e de tiramina. Hipertensos e pessoas com problemas na tireóide devem consumir o chucrute com moderação.
O chucrute caseiro é muito fácil de fazer (bastam apenas alguns cuidados durante o tempo de fermentação) e acompanha muitos pratos.
Ingrediantes:
- 1 repolho grande
- 1 colher de sopa de sal marinho
Modo de fazer:
1- Lave muito bem o repolho e descarte as folhas externas e o miolo.
2- Reserve duas ou três folhas e corte o restante em tiras finas.
3- Tempere com o sal. Coloque tudo em um recipiente em possa ser colocada uma tampa ou prato que feche bem e aguente um peso, mais ou menos como uma forma de queijo, mas sem os furos. Prense bem para não ficar ar preso entre o repolho, coloque as folhas reservadas, a tampa e um peso por cima.
Deixe descansar em um local fresco e escuro por quatro dias.
3- Passados os quatro dias, retire a tampa e pressione com as mãos para tirar a água. Descarte a água e coloque o repolho em um pote hermético ou barrica de forma que o conteúdo preencha quase todo o recipiente, deixando cerca de um dedo entre a tampa e o conteúdo do pote.
Guarde o pote bem fechado em um local fresco e escuro, como antes. Aguarde pelo menos 15 dias para poder usar.
Dicas:
1- O chucrute fica mais saboroso com o passar do tempo, observando o prazo de validade de 6 meses.
2- Tenha muito cuidado com o processo de fermentação. As bactérias benéficas responsáveis pelo processo precisam de pouquíssimo oxigênio, razão pela qual o repolho deve ser bem prensado. Muito oxigênio (tampa inadequada, temperatura muito alta, pouco peso sobre a tampa) pode favorecer o crescimento de bactérias nocivas que farão o repolho apodrecer ao invés de fermentar.
3- As propriedades probióticas e a vitamina C desaparecem com o cozimento. Para contar com estes benefícios, consuma o chucrute caseiro cru. As opções disponíveis no mercado passam por pasteurização antes da embalagem e também não têm estes benefícios, salvo se houver instrução em contrário na embalagem.